Barros, Júlia Teresa Pinto De SousaSilvestre, Cláudia2018-12-192018-12-192018-11-28Barros, J.L. & Silvestre, C. (2018, novembro). “Campanha eleitoral em Angola: o que revela sobre a democracia”. Comunicação apresentada no XIII Congresso da Lusocom: comunicação e informação para o desenvolvimento, na Universidade Eduardo Mondlane, Maputo, Moçambiquehttp://hdl.handle.net/10400.21/9190Pretendemos avaliar a cobertura jornalística dos media generalistas portugueses sobre as eleições gerais em Angola que se realizaram a 23 de agosto de 2017. Sabendo que estas eram eleições cruciais para o processo de democratização em Angola, o foco da nossa análise recaiu principalmente em compreender o interesse e qualidade da cobertura jornalística destas eleições pelos media generalistas portugueses. Esta análise abrangeu o período de 1 a 23 de agosto de 2017. Na nossa análise, tivemos em conta de alguns factores que condicionam as relações de Portugal com Angola: o elevado número de angolanos que vivem em Portugal; o passado colonial comum; a proximidade linguística; a proclamada coincidência de interesses estratégicos presentes nas políticas externas dos dois países; e a presença de forte investimento financeiro angolano em Portugal. Por outro lado, a implementação dum regime democrático em Angola tem sido um processo longo e problemático. Lembremo-nos, por exemplo, do legado de uma prolongada e intermitente guerra civil (1975-2000) e da construção de um sistema político tomado por um partido no poder (MPLA). A comunidade internacional também apontou, entre outros aspectos, algumas fragilidades no regime político angolano, como a corrupção, as violações dos direitos humanos, as restrições à liberdade de imprensa e de opinião e até mesmo a liberdade de associação. A importância de analisar a cobertura jornalística desta campanha eleitoral angolana só pode ser entendida se considerarmos que estas eleições foram vistas desde o início como o momento de mudança política. José Eduardo dos Santos, presidente da República, desde 1979, deixou o cargo. Desde a reforma institucional de 2010, a eleição do Presidente da República não é por sufrágio direto; é o resultado obtido nas Eleições Gerais que permite indicar o nome da figura para o cargo mais alto do país, pelo partido com mais votos para a Assembléia Geral. Estas eleições marcaram assim o fim do ciclo de quase 40 anos de governação de José Eduardo dos Santos. Tendo em vista os constrangimentos e desafios presentes nesta campanha eleitoral, procurando as práticas jornalísticas dos media portugueses, procurou-se compreender quais as opções editoriais que nortearam os media portugueses durante esta campanha, bem como identificar as representações criadas pelo jornalismo. Na nossa análise serão, entre outros aspectos, abordadas as seguintes questões: o género jornalístico, a existência ou não de várias fontes, o foco da notícia, a personagem principal, a existência de imagens e qual o seu protagonista, o tom da notícia, o juízo de valores feito ao desempenho dos candidatos e não menos importante a pluralidade de opiniões e intervenientes nesta campanha.porAngolaEleições geraisMedia portuguesesJornalismoDemocraciaIPL/2017/RPLMPA _ESCSCampanha eleitoral em Angola: o que revela sobre a democraciaconference object