Montargil, Filipe2019-07-172019-07-172014-04-14Montargil, F. (2014, abr, 14-16). Desafios da globalização: O cidadão entre o Estado de vigilância e o mercado global. Comunicação apresentada no VII Congresso da Associação Portuguesa de Ciência Política. Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugalhttp://hdl.handle.net/10400.21/10307É argumentado, nesta comunicação, que os indivíduos nas sociedades tecnológicas avançadas com modelos de Estado-providência se encontram perante uma situação ambivalente, quando considerado o seu duplo papel de cidadãos e, simultaneamente, de agentes no mercado de trabalho. Enquanto cidadãos, são confrontados com a capacidade crescente do Estado para colocar em prática mecanismos de controlo e vigilância, na sua relação com a administração pública e, mesmo, na sua vida quotidiana. Os cidadãos encontram-se crescentemente controlados por um Estado forte, que utiliza informação relativa à sua vida e à sua atividade, com um número cada vez mais alargado de áreas e de formas de vigilância e controlo. Por outro lado, como trabalhadores, os indivíduos encontram-se perante um Estado cada vez mais fraco, na medida em que não dispõe de instrumentos que lhe permitam lidar com a globalização do capital e da produção mantendo, ao mesmo tempo, os níveis de proteção social. Uma vez que o Estado perde capacidade de controlar os fluxos de capital e de condicionar as decisões sobre a localização da produção, a sua atividade adota uma lógica de concorrência, tentando valorizar-se no mercado internacional e atrair investimento e atividade económica. O Estado revela dificuldades evidentes, neste contexto, em condicionar os agentes económicos globalizados com o mesmo sucesso com que controla os cidadãos. Este processo coloca em risco garantias históricas do Estado-providência, como o alto nível de emprego e de proteção social, o emprego estável ou o crescimento de salários reais. A dupla natureza, contraditória, que o Estado assume situa-se, desta forma, no centro de uma tensão crescente, na relação entre os cidadãos e o Estado.porGlobalizaçãoSociedade da informaçãoCidadaniaEstadoEstado-providênciaDesafios da globalização: o cidadão entre o Estado de vigilância e o mercado globalconference object