ESELx - Dissertações de Mestrado
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- Desafios na proteção da infância: produção académica e perspetivas de técnicos/as de uma comissão de proteção de crianças e jovensPublication . Negrinho, Vânia Alexandra Lopes; Tomás, Catarina AlmeidaOs Direitos das Crianças nem sempre foram reconhecidos tal como os conhecemos. A Convenção dos Direitos da Criança, que Portugal ratifica em 1990, constitui um marco nesse percurso. Outro marco importante, foi a promulgação da Lei n.º 147/99, de 1 de setembro — Lei de Proteção de Crianças e Jovens em Perigo — que representa um avanço significativo na salvaguarda destes direitos. Desde a sua promulgação, foi alvo de várias alterações e estabelece os princípios orientadores da proteção à infância, regulando ainda o funcionamento das Comissões de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ). É neste enquadramento que se inscreve o estudo, referenciado à Educação Social, à Sociologia da Infância e aos Estudos Sociais dos Direitos da Criança. Tem como objetivos (i) mapear a produção académica sobre as CPCJ; (ii) analisar os discursos dos/as técnicos/as de uma CPCJ sobre os desafios que se colocam na implementação da proteção à infância em Portugal. Metodologicamente, optou-se por uma abordagem qualitativa, de natureza interpretativa, recorrendo à análise documental e à realização de entrevistas semiestruturadas a técnicos/as de uma Comissão Restrita de uma CPCJ do distrito de Lisboa. Esta estratégia permitiu aceder às perspetivas dos/as profissionais sobre as suas práticas, os enquadramentos normativos que as sustentam e os desafios sentidos. Os resultados revelam que a produção académica sobre as CPCJ em Portugal tem sido maioritariamente desenvolvida no âmbito do mestrado, especialmente na Psicologia e no Serviço Social. Contudo, observa-se ainda uma presença pouco expressiva de trabalhos ancorados na Educação Social e na Intervenção Comunitária, evidenciando um campo promissor para investigação crítica e transformadora a partir destas áreas. Quanto aos discursos dos/as técnicos/as entrevistados/as, destaca-se a valorização dos quadros legais que orientam a intervenção das CPCJ, acompanhada, porém, por uma perceção de hiato entre políticas públicas e a sua implementação. As principais dificuldades identificadas centram-se na relação com as famílias, nas resistências institucionais e comunitárias, bem como na insuficiência de recursos. Embora se reconheça uma intervenção limitada da comissão alargada junto da comunidade, enfatiza-se o superior interesse da criança como princípio orientador da ação socioeducativa.
- A implementação do DL N.º 54/2018 na escola: conceções e práticas dos professoresPublication . Raimundo, Vera Cristina Martins Mendes; Madureira , Isabel de Lacerda PizarroEste estudo qualitativo pretendeu investigar a implementação do Decreto-Lei n.º 54/2018, que regula a educação inclusiva em Portugal, com o objetivo de compreender como os seus princípios e medidas são percecionados e aplicados pelos professores. O trabalho incidiu sobre as práticas pedagógicas de cinco docentes do 1.º Ciclo do Ensino Básico – três do ensino regular e duas da educação especial – pertencentes ao mesmo agrupamento de escolas do concelho de Oeiras. Através de observações naturalistas não participantes e entrevistas semiestruturadas, procurou-se identificar as estratégias utilizadas na aplicação da legislação, bem como as dificuldades enfrentadas no contexto escolar. Os resultados demonstram que as professoras têm um conhecimento consistente do DL 54/2018, reconhecendo-o como um instrumento globalmente positivo e abrangente que visa promover respostas educativas personalizadas, alinhadas com os princípios do Desenho Universal para a Aprendizagem (DUA). Contudo, foram identificados desafios que refletem dificuldades de ordem prática, bem como de natureza organizacional e colaborativa. Estas dificuldades comprometem a eficácia da aplicação das Medidas de Suporte à Aprendizagem e Inclusão (MSAI), limitando a concretização dos princípios inclusivos. Por outro lado, as práticas observadas revelam uma discrepância entre o discurso das docentes e a sua ação pedagógica, especialmente no ensino regular, onde ainda predominam métodos tradicionais e pouco diferenciadores. Em contraste, as docentes de educação especial demonstram maior capacidade de adaptação às necessidades individuais dos alunos, promovendo um acompanhamento mais personalizado. Esta diferença evidencia a necessidade de promover o trabalho colaborativo e melhorar a articulação entre profissionais, investir na formação contínua e clarificar procedimentos, para garantir que a inclusão se concretize de forma efetiva no quotidiano escolar e não se reduza ao cumprimento formal da legislação.
- Autonomia das crianças: contributo da organização do espaço e dos materiais no movimento da escola modernaPublication . Gama, Sabrina Mendonça; Nunes, Maria Clarisse AlexandrinoO relatório foi elaborado no âmbito da unidade curricular da Prática Profissional Supervisionada II (PPS II), que decorreu numa sala de jardim de infância, com 20 crianças com idades compreendidas entre os 2 e os 6 anos. Este relatório apresenta o trabalho desenvolvido na PPS II, incluindo a caracterização do contexto educativo, as intencionalidades educativas, a investigação de uma problemática surgida na PPS II e uma reflexão sobre a construção da profissionalidade. Durante a PPS II, evidenciou-se a importância da organização do espaço e dos materiais na promoção da autonomia das crianças, surgindo a investigação em torno desta relação no contexto do modelo pedagógico do Movimento da Escola Moderna (MEM). O estudo procurou: (i) identificar as estratégias utilizadas pela educadora para promover a autonomia das crianças através da organização do ambiente educativo num jardim de infância com o modelo pedagógico MEM; (ii) mapear a participação das crianças na organização do espaço da sala; (iii) analisar a influência da participação das crianças na organização do espaço da sala de atividades no desenvolvimento da sua autonomia; e (iv) analisar de que maneira a organização e a disposição dos materiais na sala de atividades de um jardim de infância com o modelo pedagógico MEM, influenciam a capacidade das crianças de tomarem decisões de forma autónoma. Realizou-se uma investigação de natureza qualitativa e segue o método do estudo de caso. Os dados recolhidos foram registados em notas de campo, num questionário aberto realizado à educadora cooperante e através de algumas narrativas visuais. A análise dos resultados mostra que, quando o espaço está bem organizado e os materiais são acessíveis, as crianças sentem-se mais seguras e confiantes para tomar decisões. Assim, verificou-se que as estratégias da educadora cooperante e o envolvimento das crianças na organização do espaço e dos materiais contribuíram para o desenvolvimento da suaautonomia.
- O contributo de estratégias de gestão comportamental para a autorregulação de comportamentos de alunos do 4.º anoPublication . Oliveira, Rita Martins de; Tempera, Tiago Bruno CorreiaO presente Relatório Final foi realizado no âmbito da Unidade Curricular de Prática de Ensino Supervisionada II, inserida no Mestrado em Ensino do 1.º Ciclo do Ensino Básico (CEB) e de Português e História e Geografia de Portugal (HGP) no 2.º CEB, ministrado pela Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Lisboa. Este contempla: (i) a descrição da prática pedagógica desenvolvida no 1.º CEB, numa turma de 4.º ano e no 2.º CEB, em duas turmas de 5.º ano; (ii) a apresentação de uma investigação sobre a prática. A investigação decorreu numa turma do 4.º ano de escolaridade do 1.º CEB, tendo incidido sobre a problemática “O Contributo de Estratégias de Gestão Comportamental para a Autorregulação de Comportamentos de alunos do 4.º ano”, para a qual foram definidos os seguintes objetivos específicos: (i) “Caracterizar os comportamentos dos alunos e as suas estratégias de autorregulação”; (ii) “Aplicar rotinas de estratégias de gestão comportamental em vários momentos letivos”; (iii) “Analisar as mudanças comportamentais e a capacidade de autorregulação de comportamentos”. Para a concretização do estudo, foi utilizada uma abordagem metodológica qualitativa, adotando um design de estudo de caso sobre duas alunas que revelavam um comportamento considerado desadequado, com influência direta no ambiente educativo e no processo de ensino-aprendizagem. As técnicas de recolha de dados mobilizadas consistiram na observação direta e no inquérito por questionário e por entrevista. Os resultados obtidos permitiram verificar uma melhoria dos comportamentos das participantes do estudo, tendo sido possível concluir que as estratégias de gestão comportamental mobilizadas contribuíram para a autorregulação dos seus comportamentos. Revelaram ainda a pertinência da aplicação de estratégias deste foro para a formação de alunos conscientes da importância de interações sociais baseadas no respeito e na empatia.
- O padrão CER (Claim-Evidence-Reasoning) como ferramenta para o desenvolvimento da argumentação científica no 2.º CEBPublication . Mano, Miguel Soveral Dias; Valente, Bianor Antónia da CruzO presente relatório foi elaborado no âmbito da Unidade Curricular de Prática de Ensino Supervisionada II, inserida no Mestrado em Ensino do 1.º Ciclo do Ensino Básico (CEB) e de Matemática e Ciências Naturais no 2.º CEB. A primeira parte do documento analisa criticamente as práticas pedagógicas desenvolvidas em contexto de estágio no 1.º e 2.º CEB. A segunda parte aprofunda um estudo focado na promoção da argumentação científica, uma competência fulcral que exige uma abordagem explícita em sala de aula. Neste sentido, a investigação analisa o potencial do padrão CER (Claim-Evidence-Reasoning) e visa responder a três objetivos: (i) caracterizar as estratégias pedagógicas utilizadas para promover a argumentação científica com base no padrão CER; (ii) explorar como os alunos mobilizam os componentes do padrão CER nassuas produções escritas e (iii) compreender os principais desafios na implementação do padrão CER no contexto da sala de aula, na ótica do professor e dos alunos. O estudo, implementado com uma turma de 5.º ano, seguiu o formato de um estudo de caso instrumental recorrendo a uma abordagem mista. A recolha de dados envolveu várias fontes, incluindo as produções escritas dos alunos (tarefa diagnóstica pré e pós-intervenção e tarefas de aula), um questionário final e as notas de campo do professor-estagiário. O tratamento dos dados combinou a análise de conteúdo com a análise estatística descritiva, sendo o desempenho dos alunos aferido através de rubricas de avaliação específicas. Os resultados sugerem que o padrão CER pode constituir uma ferramenta eficaz no desenvolvimento da argumentação científica dos alunos, embora o raciocínio se tenha afirmado como a componente mais desafiadora para os alunos. Conclui-se que o contributo do modelo está condicionado por vários fatores, tais como a estruturação das atividades, a natureza das tarefas, e os andaimes pedagógicos oferecidos pelo professor.
- Conceções alternativas sobre a perigosidade dos animais: um estudo com alunos do 2.º ciclo do ensino básicoPublication . Jorge, Marta Gomes da Silva Caldeira; Almeida, António José CorreiaO presente relatório descreve e analisa a Prática de Ensino Supervisionada II desenvolvida no 1.º e 2.º Ciclo do Ensino Básico em contextos institucionais distintos e apresenta um estudo sobre as conceções alternativas dos alunos relativamente à perigosidade de um conjunto de espécies da fauna portuguesa. Na parte I, apresentam-se duas intervenções que responderam a problemáticas emergentes em cada turma. No 1.º CEB, um projeto de escrita criativa cooperativa procurou melhorar competências textuais e promover a escrita colaborativa. No 2.º CEB, a metodologia de trabalho de projeto articulou Ciências Naturais e Matemática para desenvolver competências de interpretação de texto e comunicação oral. Em ambos os casos, a avaliação formativa permitiu monitorizar progressos, evidenciando avanços no cumprimento dos objetivos e no maior envolvimento dos discentes na aprendizagem. A Parte II apresenta um estudo caracterizado como investigação-ação, cuja amostra é constituída por duas turmas do 5.º ano- Grupo Experimental e de Controlo. O estudo teve como objetivos: (i) identificar as conceções dos alunos sobre a perigosidade de algumas espécies da fauna portuguesa; (ii) compreender que fatores comportamentais, morfológicos ou fisiológicos os alunos consideram relevantes para justificar essa perigosidade; e (iii) desconstruir conceções incorretas detetadas. Administrou-se um questionário que visou compreender as conceções dos alunos quanto ao gosto, perigosidade e atitudes de conservação relativamente a 14 espécies de animais, antes e depois de uma intervenção pedagógica apenas para o grupo experimental centrada na avaliação científica da perigosidade dos animais em estudo e do seu papel ecológico. Após a intervenção, os grupos mantiveram a preferência por animais vertebrados, especialmente mamíferos. No grupo experimental, a perceção de perigosidade tornou-se mais ajustada: animais pequenos, como o mosquito, passaram a ser avaliados como de maior risco relativo, enquanto espécies de grande porte deixaram de ser vistas como excessivamente ameaçadoras. Também aumentaram as intenções de proteger todas as espécies, com argumentos mais baseados em fundamentos ecológicos.
- Primeiros passos na educação financeira: Um estudo no 1.º Ciclo do Ensino BásicoPublication . Reis, Marta Estevão; Machado, Ricardo Jorge da RochaO presente relatório final foi elaborado no contexto da Unidade Curricular de Prática de Ensino Supervisionada II do Mestrado em Ensino do 1.º Ciclo do Ensino Básico e de Matemática e Ciências Naturais no 2.º Ciclo do Ensino Básico. Este relatório encontra-se dividido em duas partes: (I) descrição reflexiva do estágio desenvolvido nos 1.º e 2.º Ciclos do Ensino Básico; (II) estudo investigativo realizado no contexto do 1.º Ciclo do Ensino Básico, numa turma do 3.º Ano. A primeira parte do relatório sintetiza o trabalho desenvolvido no 1.º e 2.º Ciclo do Ensino Básico, realizando uma análise crítica entre os dois ciclos. A segunda parte centra-se num estudo investigativo realizado numa turma do 3.º ano do 1.º ciclo do ensino básico, tendo como objetivo principal trabalhar as primeiras aprendizagens sobre a educação financeira. Posteriormente, formularam-se questões de investigação para compreender as perceções dos alunos em torno destes conhecimentos, o desempenho dos mesmos na mobilização de conhecimentos e capacidades relacionados ao tópico ao longo das tarefas propostas e de que forma as tarefas desenvolvidas podem contribuir para a apropriação de conhecimentos nessa área e para o desenvolvimento de capacidades, como a expressão de ideias e argumentação por parte dos alunos. O estudo insere-se no paradigma interpretativo e aproxima-se de uma investigação-ação. Os participantes foram os 25 alunos da turma e professora/investigadora e foram mobilizados diversos instrumentos de recolha de dados, como a observação, o diário de bordo, as conversas informais, as produções dos alunos e a recolha documental. Os resultados demonstram que a intervenção educativa realizada em torno desta investigação teve um impacto positivo no desenvolvimento das competências de educação financeira dos alunos. Em suma, a presente investigação evidencia a pertinência de trabalhar a educação financeira desde cedo, uma vez que os alunos, futuros consumidores, precisam desde cedo ser preparadas para gerir bem o seu dinheiro.
- A integração de competências de cidadania democrática em diferentes áreas curriculares do 1.º CEB um estudo com uma turma de 4.º anoPublication . Alves, Marisa Alexandra Craveiro; Ferreira, Nuno Alexandre MartinsO presente relatório integra-se na Unidade Curricular (UC) de Prática de Ensino Supervisionada II (PES), do Mestrado em Ensino do 1.º Ciclo do Ensino Básico (CEB) e de Português e História e Geografia de Portugal (HGP) do 2.º CEB da Escola Superior de Educação de Lisboa. A investigação apresentada desenvolveu-se a partir da problemática A integração de competências de Cidadania Democrática em diferentes áreas curriculares do 1.º ciclo: um estudo com uma turma de 4.º ano. Este estudo teve como ponto de partida três objetivos: (i) Compreender o papel da cidadania democrática na formação de alunos do 1.º CEB; (ii) Reconhecer o contributo dos professores para a promoção da cidadania democrática no 1.º CEB; e, (iii) Construir propostas de estratégias de integração das competências de cidadania democráticas a partir das áreas curriculares do 1.º CEB. A metodologia adotada foi de natureza qualitativa, recorrendo-se à análise documental de fichas de opinião dos alunos, ao questionário aplicado a docentes do 1.º e 2.º CEB, à entrevista semiestruturada à professora cooperante e a duas entrevistas focais realizadas a um grupo de cinco alunos da turma. Os resultados revelaram que os alunos apresentaram, inicialmente, conceções vagas sobre alguns temas relacionados com a cidadania democrática, ainda que tivessem mostrado alguma noção de valores como os da participação, respeito e preservação ambiental. Verificou-se uma ligeira evolução no reconhecimento destes princípios no fim do período de intervenção. Relativamente aos professores, os dados do questionário evidenciaram dificuldades na implementação prática da cidadania democrática na sala de aula, apontando-se a falta de tempo e formação específica como os principais obstáculos. Por fim, foi elaborado e ilustrado um Guia Prático para Professores Cidadãos, com sugestões de atividades e recursos a serem utilizados para integrar a cidadania democrática de forma transversal no 1.º CEB.
- O que se traz de casa: as práticas culturais familiares numa sala de jardim de infânciaPublication . Rocha, Mariana Rodrigues; Tomás, Catarina AlmeidaO presente relatório, elaborado no âmbito da Unidade Curricular de Prática Profissional Supervisionada II, descreve a prática pedagógica desenvolvida num jardim de infância, entre os dias 30 de setembro de 2024 e 24 de janeiro de 2025, numa organização socioeducativa da rede privada, com fins lucrativos, localizada em Lisboa. A intervenção pedagógica foi concretizada junto de um grupo constituído por 21 crianças, com idades compreendidas entre os 4 e os 5 anos, acompanhadas por uma educadora de infância e uma auxiliar de ação educativa. Após a caracterização do contexto socioeducativo e a definição das intenções pedagógicas que sustentaram a intervenção, é introduzida a temática de investigação: “O que se traz de casa”: as práticas culturais familiares numa sala de jardim de infância. Este estudo teve como objetivos: (i) compreender de que forma as crianças se reconhecem enquanto produtoras de cultura e como as experiências culturais familiares são mobilizadas no quotidiano do jardim de infância; e (ii) analisar de que maneira as práticas culturais familiares influenciam as práticas pedagógicas da equipa educativa. Do ponto de vista metodológico, o estudo inscreve-se numa abordagem qualitativa, assumindo a forma de estudo de caso. Para a recolha de dados, foi desenvolvido um processo de triangulação metodológica que integrou a observação participante, a realização de entrevistas semiestruturadas e a aplicação de um inquérito por questionário. Importa salientar que, no âmbito deste estudo, as práticas culturais familiares são compreendidas enquanto expressão do capital cultural das crianças, moldado pelas experiências e contextos socioculturais vivenciados no seio familiar. A partilha destas vivências no espaço da sala potencia não só a troca de saberes e o enriquecimento cultural e social do grupo, como também influencia as práticas pedagógicas da equipa educativa, que as valoriza e integra através de propostas emergentes, projetos colaborativos e visitas de exploração.
- Brincadeiras de faz-de-conta: influência dos materiais na interação entre crianças e na estruturação das suas brincadeirasPublication . Botelho, Mariana Marques; Nunes, Maria Clarisse AlexandrinoO presente relatório, elaborado no âmbito da Unidade Curricular de Prática Profissional Supervisionada – módulo II, tem como objetivo apresentar de forma reflexiva e fundamentada o trabalho e percurso desenvolvidos ao longo da prática educativa que decorreu entre os meses de setembro de 2024 e janeiro de 2025 na valência de jardim de infância, com um grupo de 24 crianças com cinco anos. Para isso, é então apresentada uma caracterização do meio, do contexto e dos seus intervenientes, bem como as intencionalidades para a ação pedagógica, definidas a partir da mesma. Além disso, o relatório contempla também, o processo de investigação decorrente de uma temática emergente no contexto educativo, bem como uma reflexão sobre o percurso ao longo dos dois módulos da Prática Profissional Supervisionada, onde caracterizo a minha identidade profissional enquanto futura educadora de infância. Vários têm sido os autores que têm apresentado diferentes perspetivas em relação ao brincar, apontando diversos aspetos, tais como as mudanças que vão ocorrendo nas brincadeiras das crianças ao longo do seu crescimento, e a sua importância para o desenvolvimento pessoal e social da criança. Mais especificamente as brincadeiras de faz-de-conta, permitem à criança, representar papéis diversos dos contextos onde está inserida, bem como situações onde pode expressar e compreender o mundo que a rodeia. Neste sentido, considera-se que os materiais e recursos disponibilizados às crianças, são um fator influenciador no seu desenvolvimento, já que vão apoiar diferentes tipos de possibilidades e brincadeiras do interesse e necessidade das mesmas. Tendo isto em conta, e através das observações realizadas que permitiram conhecer o grupo de crianças, inclusive os seus interesses, curiosidades e necessidades, bem como o contexto onde foi realizada a prática interventiva, nomeadamente a sala de atividades e os materiais que a compunham, a presente investigação teve como principal objetivo, compreender de que forma a estruturação das brincadeiras de faz-de-conta e as interações das crianças durante as mesmas podem ser influenciadas pelos materiais disponibilizados. Metodologicamente, a investigação foi desenvolvida segundo um estudo descritivo e abordagem qualitativa, em que as técnicas e instrumentos de recolha de dados se basearam na observação participante e no seu registo através de notas de campo e registos de observação. Uma vez recolhida toda a informação, procedeu-se à análise de conteúdo da qual se retiraram as principais conclusões da investigação. Assim sendo, estas revelam que, os materiais disponibilizados, nos diversos espaços da sala de atividades, influenciam, efetivamente, as brincadeiras de faz-de-conta das crianças, no entanto, não aparentam ter impacto nas interações entre elas. Além disto, verificaram-se alguns fenómenos considerados interessantes, ainda que pouco significativos para o presente estudo, mas que poderão constituir pontos de partida para investigações futuras.
